domingo, 2 de maio de 2010

D. Quixote


Porque sou, como diz a canção, o cavaleiro andante que mora no teu livro de aventuras, podes vir chorar no meu peito, pois, sabes sempre onde estou. E porque me imagino esse cavaleiro andante, finjo que não preciso do que me faz falta para te levar para longe de tudo o que é mau. E enquanto choras no meu peito, pedes-me a paz e eu quero dar-te o mundo porque a solidão é dura e o Amor um fogo que a saudade não segura e a razão não serena. Deixa-me embrulhar-te o corpo nos dias em que, fraco de lutar, te apetece ser criança e ouvir histórias que te façam feliz. Porque sou o cavaleiro andante, quero ser o teu respirar nas horas em que o vento frio te navega a alma e te transforma as noites em madrugadas de cristal. No teu livro de desventuras encontrarás sempre o chão seguro que te estendo sem precisares de quebrar o silêncio.



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