domingo, 16 de maio de 2010




"Eu posso quase tudo. Ontem me dei conta disso. Tudo que eu quiser ou me permitir. E eu consigo tudo que eu quero, se realmente quiser. Tem gente que não consegue escrever porque os outros vão falar. Que não pode se tatuar porque vai atrapalhar. Que não pode viajar longamente porque o trabalho não deixa. Que não pode sair na rua sem alguém apontar. Eu faço o que eu faço em qualquer lugar, eu sou eu em qualquer lugar e isso me traz um alento e um alívio por eu não ser escrava de nada, empregada de nada,coisa nenhuma. Alguns amigos acham que eu deveria ceder mais. Que eu deveria ter essa ou aquela experiência que melhoraria isto ou aquilo. E eu digo, eu estou bem assim, sem ceder. Eu vou arrumando uns caminhos tortos pra viver a minha vida e consigo passar por quase tudo. Às vezes eu empaco, mas que se foda. Às vezes batem a porta na minha cara, mas que se dane. Eu continuo fazendo as coisas do meu jeito. Que é o único jeito que funciona pra mim. Respeito todo mundo que faz de outro jeito. Respeito todas as escolhas de todo mundo. Mas não queiram que eu faça essas escolhas também. Eu faço o meu trabalho do meu jeito porque é assim que tem que ser. Eu vivo uma vida torta. Mas é assim que eu sei viver. Se fizesse de outro jeito ia perder a alma. Eu sonho porque eu gosto e preciso. E não vou parar de sonhar. Eu escuto as minhas músicas porque elas me dizem o que eu quero ouvir, ou o que eu preciso ouvir, e eu não quero ninguém me enchendo o saco por isso. Eu reclamo pra caralho. Eu sou terrivelmente apaixonada por um abraço. Eu gosto de solidão mas prefiro a sua mão, gosto do silêncio e preciso disso pra sobreviver. E é assim que é, assim que vai ser. Do meu jeito. Que é o jeito que eu sei fazer."
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CLARAH AVERBUCK

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