sexta-feira, 27 de agosto de 2010


"E se um dia ou uma noite um demônio se esgueirasse em tua mais solitária solidão e te dissesse: "Esta vida, assim como tu vives agora e como a viveste, terás de vivê-la ainda uma vez e ainda inúmeras vezes: e não haverá nela nada de novo, cada dor e cada prazer e cada pensamento e suspiro e tudo o que há de indivisivelmente pequeno e de grande em tua vida há de te retornar, e tudo na mesma ordem e sequência - e do mesmo modo esta aranha e este luar entre as árvores, e do mesmo modo este instante e eu próprio. A eterna ampulheta da existência será sempre virada outra vez - e tu com ela, poeirinha da poeira!". Não te lançarias ao chão e rangerias os dentes e amaldiçoarias o demônio que te falasses assim? Ou viveste alguma vez um instante descomunal, em que lhe responderías: "Tu és um deus e nunca ouvi nada mais divino!" Se esse pensamento adquirisse poder sobre ti, assim como tu és, ele te transformaria e talvez te triturasse: a pergunta diante de tudo e de cada coisa: "Quero isto ainda uma vez e inúmeras vezes?" pesaria como o mais pesado dos pesos sobre o teu agir! Ou, então, como terias de ficar de bem contigo e mesmo com a vida, para não desejar nada mais do que essa última, eterna confirmação e chancela?"



Amamos ou não amamos a vida? Se tudo retorna - o prazer, a dor, a angústia, a guerra, a paz, a grandeza, a pequenez—se tudo torna, isto é um dom divino ou uma maldição? Amamos a vida a tal ponto de a querermos, mesmo que tivéssemos que vivê-la infinitas vezes sem fim? Sofrendo e gozando da mesma forma e com a mesma intensidade? Seríamos capazes de amar a vida que temos - a única vida que temos - a ponto de querer vivê-la tal e qual ela é, sem a menor alteração, infinitas vezes ao longo da eternidade? Temos tal amor ao nosso destino? - Eis a grande indagação que é o Eterno Retorno.

domingo, 25 de julho de 2010


" É como se chegássemos ao planeta
com uma caixa de lápis de cera.
Pode-se ganhar a caixa de 8, ou a de 16...
mas o segredo é o que você faz com
eles e as cores que lhe foram dadas.
Não se preocupe em colorir
somente dentro das linhas.
Pinte por fora das linhas e fora
da página! Não queira me limitar!
Nos movemos com o oceano.
Não estamos ancorados!
Onde vai querer descer? "
-
Filme - "Waking Life"

" Ei!
Você é um sonhador?
Sou.
Não tenho visto muitos ultimamente.
As coisas andam difíceis
para os sonhadores.
Dizem que o ato de sonhar está morto.
Ninguém mais sonha.
Não está morto.
Foi apenas esquecido.
Removido da nossa linguagem.
Ninguém ensina, então
ninguém sabe que existe.
O sonhador é banido à obscuridade.
Estou tentando mudar isso.
Espero que você também esteja...
sonhando todos os dias.
Sonhando com nossas mãos e mentes.
Nosso planeta está diante dos maiores
problemas que já enfrentou.
Não se entedie.
Esta é a época mais fascinante
em que poderíamos esperar viver.
E está apenas começando. "
-
Filme - "Waking Life"

quinta-feira, 22 de julho de 2010

The Kiss - Gustav Klimt

" Ninguém pode te ensinar o amor. Você tem que achá-lo por si mesmo, com todo o seu ser, elevando sua consciência para níveis mais altos. E quando o amor vier, não deve ser uma obrigação. Você faz coisas porque gosta de fazê-las para a pessoa que ama [...] É a sua alegria plena. O amor faz muitas coisas, é criativo compartilha tudo, mas não é uma obrigação. O amor é natural."

Osho



terça-feira, 13 de julho de 2010

these people are so ignorant and monotonous, how did they get this way? the constant quotidian assembly of mankind, always trying to find the next best thing, and are never content with what they already have. always wanting more people to please and to impress. and for what reason? where will that get you? nowhere. in the end you'll be alone, because you are selfish. this world is getting so benighted and unwitting, all people care about is their social status. it's disgusting, and i'm sick. i am in awe of how much humanity's ideas of living has declines and have become so superficial and fake. give me meaning and significance and culture.
i want love and depth and feeling.


quarta-feira, 30 de junho de 2010

QUESTÃO DE HUMANIDADE

Aceitemos então que estamos sozinhos e, a partir daí, façamos a nova descoberta de que estamos acompanhados – uns pelos outros. Quando pusermos os olhos no céu estrelado, com a furiosa vontade de lá chegar, mesmo que seja para encontrar o que não é para nós, mesmo que tenhamos de resignar-nos à humilde certeza de que, em muitos casos, uma vida não bastará para fazer a viagem – quando pusermos os olhos no céu, repito, não esqueçamos que os pés assentam na terra e que é sobre esta terra que o destino do homem (esse nó misterioso que queremos desatar) tem de cumprir-se. Por uma simples questão de humanidade.
José Saramago, In Deste Mundo e do Outro, Ed. Caminho, 3.ª ed., pp. 216-217


segunda-feira, 14 de junho de 2010


"A certa altura do filme Crimes e Pecados, o personagem interpretado por Woody Allen diz: 'Nós somos a soma das nossas decisões'. Essa frase acomodou-se na minha massa cinzenta e de lá nunca mais saiu. Compartilho do ceticismo de Allen: A gente é o que a gente escolhe ser, o destino pouco tem a ver com isso. Desde pequenos aprendemos que, ao fazer uma opção, estamos descartando outra, e de opção em opção vamos tecendo essa teia que se convencionou chamar 'minha vida'. Não é tarefa fácil. No momento em que se escolhe ser médico, se está abrindo mão de ser piloto de avião. Ao optar pela vida de atriz, será quase impossível conciliar com a arquitetura. No amor, a mesma coisa: namora-se um, outro, e mais outro, num excitante vaivém de romances. Até que chega um momento em que é preciso decidir entre passar o resto da vida sem compromisso formal com alguém, apenas vivenciando amores e deixando-os ir embora quando se findam, ou casar, e através do casamento fundar uma microempresa, com direito a casa própria, orçamento doméstico e responsabilidades. As duas opções têm seus prós e contras: viver sem laços e viver com laços... Escolha: beber até cair ou virar vegetariano e budista? Todas as alternativas são válidas,Mas há um preço a pagar por elas. Quem dera pudéssemos ser uma pessoa diferente a cada 6 meses, ser casados de segunda a sexta e solteiros nos finais de semana, ter filhos quando se está bem-disposto e não tê-los quando se está cansado. Por isso é tão importante o auto conhecimento.P or isso é necessário ler muito, ouvir os outros, estagiar em várias tribos, prestar atenção ao que acontece em volta e não cultivar preconceitos. Nossas escolhas não podem ser apenas intuitivas, elas têm que refletir o que a gente é. Lógico que se deve reavaliar decisões e trocar de caminho, ninguém é o mesmo para sempre. Mas que essas mudanças de rota venham para acrescentar, e não para anular a vivência do caminho anteriormente percorrido. A estrada é longa e o tempo é curto. Não deixe de fazer nada que queira, mas tenha responsabilidade e maturidade para arcar com as conseqüências destas ações. Lembrem-se: suas escolhas têm 50% de chance de darem certo, mas também 50% de chance de darem errado. Às vezes, é preciso esquecer um pouco a pressa e prestar mais atenção em todas as direções ao longo do caminho. A pressa cega os olhos. E deixamos de observar tantas coisas boas e belas que acontecem o nossoredor. Às vezes, o que precisamos está tão próximo... Passamos,olhamos, mas não enxergamos. Não basta apenas olhar. É preciso saber olhar com os olhos, enxergar com a alma e apreciar com o coração. O primeiro passo para existir é imaginar. O segundo é nunca se esquecer de que querer fazer é poder fazer,
Basta acreditar."
*
Pedro Bial

quarta-feira, 9 de junho de 2010


fe.li.ci.da.de
1. qualidade ou estado de feliz; ventura, contentamento.
2. sucesso; êxito.
O que me faz feliz são momentos. O que me dá imensa paz interior é observar o pôr-do-sol do meu quarto, da varanda do apartamento ou voltando da faculdade ao som de qualquer trilha sonora que me comova e agite meu cérebro. Há tantos momentos supérfluos que podem render aquele pensamento de estou-tão-feliz-que-poderia-morrer-agora. Você pode sentir tamanha sensação de benção em pequenos detalhes, no momento em que saboreia sua torta preferida de morango, qualquer outro doce delicioso ou apenas em estar na companhia de quem gostaria exatamente onde gostaria. Cazuza já dizia: “ás vezes, fico triste, mas não consigo me sentir infeliz”. Sinto o mesmo. Não consigo me olhar no espelho e me chamar de infeliz. Sou grata por tudo que tenho e já tive. Reclamo do calor, trânsito, das pessoas, comidas, barulho de obra, professores carrascos, fracassos amorosos, mercado de trabalho, mas juntos não são suficientes para me sentir infeliz. Tristeza e infelicidade são bem diferentes e talvez a pessoa que me disse que ninguém é feliz e sim, está feliz não saiba diferenciá-los.

sexta-feira, 4 de junho de 2010

POR NÃO ESTAREM DISTRAÍDOS
*
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"Havia a levíssima embriaguez de andarem juntos, a alegria como quando se sente a garganta um pouco seca e se vê que por admiração se estava de boca entreaberta: eles respiravam de antemão o ar que estava à frente, e ter esta sede era a própria água deles. Andavam por ruas e ruas falando e rindo, falavam e riam para dar matéria peso à levíssima embriaguez que era a alegria da sede deles. Por causa de carros e pessoas, às vezes eles se tocavam, e ao toque - a sede é a graça, mas as águas são uma beleza de escuras - e ao toque brilhava o brilho da água deles, a boca ficando um pouco mais seca de admiração. Como eles admiravam estarem juntos! Até que tudo se transformou em não. Tudo se transformou em não quando eles quiseram essa mesma alegria deles. Então a grande dança dos erros. O cerimonial das palavras desacertadas. Ele procurava e não via, ela não via que ele não vira, ela que, estava ali, no entanto. No entanto ele que estava ali. Tudo errou, e havia a grande poeira das ruas, e quanto mais erravam, mais com aspereza queriam, sem um sorriso. Tudo só porque tinham prestado atenção, só porque não estavam bastante distraídos. Só porque, de súbito exigentes e duros, quiseram ter o que já tinham. Tudo porque quiseram dar um nome; porque quiseram ser, eles que eram. Foram então aprender que, não se estando distraído, o telefone não toca, e é preciso sair de casa para que a carta chegue, e quando o telefone finalmente toca, o deserto da espera já cortou os fios. Tudo, tudo por não estarem mais distraídos."
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Clarice Lispector."Para não esquecer"



"A cidade lá fora, com gentes falando sempre alto demais, sem parar, entrando e saindo de lugares, bebendo, comendo coisas, pagando contas, dançando alucinadas, querendo ser felizes antes da segunda-feira: urgente".

Caio F.


Não se expurga um câncer sem matar células inocentes.
(Fernanda Young)

sexta-feira, 28 de maio de 2010

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ENSAIO SOBRE A CEGUEIRA
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Como toda a gente provavelmente o fez, jogara algumas vezes consigo mesmo, na adolescência, ao jogo do E se eu fosse cego, e chegara à conclusão, ao cabo de cinco minutos com os olhos fechados, de que a cegueira, sem dúvida alguma uma terrível desgraça, poderia, ainda assim, ser relativamente suportável se a vítima de tal infelicidade tivesse conservado uma lembrança suficiente, não só das cores, mas também das formas e dos planos, das superfícies e dos contornos, supondo, claro está, que a dita cegueira não fosse de nascença. Chegara mesmo ao ponto de pensar que a escuridão em que os cegos viviam não era, afinal, senão a simples ausência da luz, que o que chamamos cegueira era algo que se limitava a cobrir a aparência dos seres e das coisas, deixando-os intactos por trás do seu véu negro. Agora, pelo contrário, ei-lo que se encontrava mergulhado numa brancura tão luminosa, tão total, que devorava, mais do que absorvia, não só as cores, mas as próprias coisas e seres, tomando-os, por essa maneira, duplamente invisíveis.

José Saramago

quinta-feira, 27 de maio de 2010

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Á FLOR DA PELE
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"Admito que sinto uma certa inveja daquelas pessoas que são sensíveis mas não se tornam vítimas da própria emoção. Porque sensibilidade demais esgota a gente. Tem horas em que o filtro não filtra coisa nenhuma: permite que a gente seja atingido profundamente por coisas que mereceriam menos entrega. Cultivamos mágoas por coisas que nos aconteceram 15 anos atrás, remoemos culpas que já foram mais que perdoadas e esquecidas, temos nosso sistema nervoso totalmente abalado porque alguém compreendeu mal nossas palavras, sofremos por questões insolúveis, sofremos, sofremos, e sofrer dá uma senhora consistência à nossa vida, mas como cansa. Às vezes me farto dos ideais que persigo e que, por serem ideais, nunca se concretizarão plenamente. A vida é defeituosa, imprevisível, nada é exatamente como a gente gostaria que fosse - e sensibilidade é algo que faz a gente aceitar isso e ser feliz do mesmo jeito. Já sensibilidade demais dá nos nervos e fatiga à toa. Uma certa frieza nos faz andar mais rápido, não nos retém. Como se mede, se pesa, se percebe a sensibilidade suficiente e a sensibilidade excessiva? No quanto ela joga a nosso favor ou contra. Sensibilidade suficiente refina você, lhe dá um foco na vida. Já a sensibilidade excessiva faz de você protagonista de um dramalhão mexicano. Temos escolha? Não se escolhe, é o que se é. Os que são sensíveis na medida aproveitam a vida sem duras cobranças internas. Já a turma dos excessivos pega canetas, câmeras, pincéis, sapatilhas, instrumentos, e transforma o excesso em arte. Ou faz besteiras. Cada um encontra onde colocar sua sensibilidade, uns com leveza, outros com fartão de si mesmos. Os únicos que seguem não entendendo nada são os insensíveis."
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Martha Medeiros

quinta-feira, 20 de maio de 2010

Ladies and gentlemen of the class of '97:
WEAR SUNSCREEN
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If I could offer you only one tip for the future, sunscreen would be it. The long term benefits of sunscreen have been probed by scientists, whereas the rest of my advice has no basis more reliable than my own meandering experience. I will dispense this advice now. Enjoy the power and beauty of your youth. Oh, never mind. You will not understand the power and beauty of your youth until they've faded. But trust me, in 20 years, you'll look back at photos of yourself and recall in a way you can't grasp now how much possibility lay before you and how fabulous you really looked. You are not as fat as you can imagine. Don't worry about the future. Or worry, but know that worrying is as effective as trying to solve an algebra equation by chewing bubble gum. The real troubles in your life are apt to be things that never crossed your worried mind, the kind that blind side you at 4 pm on some idle Tuesday. Do one thing every day that scares you. Sing. Don't be reckless with other people's hearts. Don't put up with people who are reckless with yours. Floss. Don't waste your time on jealousy. Sometimes you're ahead, sometimes you're behind. The race is long and, in the end, it's only with yourself. Remember compliments you receive. Forget the insults. If you succeed in doing this, tell me how. Keep your old love letters.Throw away your old bank statements. Stretch. Don't feel guilty if you don't know what to do with your life. The most interesting people I know didn't know at 22 what they wanted to do with their lives. Some of the most interesting 40-year-olds I know still don't know. Get plenty of calcium. Be kind to your knees. You'll miss them when they're gone. Maybe you'll marry, maybe you won't. Maybe you'll have children, maybe you won't. Maybe you'll divorce at 40, maybe you'll dance the funky chicken on your 75th wedding anniversary. Whatever you do, don't congratulate yourself too much, or berate yourself either. Your choices are half chance. So are everybody else's. Enjoy your body. Use it every way you can. Don't be afraid of it or of what other other people think of it. It's the greatest instrument you'll ever own. Dance, even if you have nowhere to do it but your living room. Read the directions, even if you don't follow them. Do not read beauty magazines. They will only make you feel ugly. Get to know your parents. You never know when they'll be gone for good. Be nice to your siblings. They're your best link to your past and the people most likely to stick with you in the future. Understand that friends come and go, but with a precious few you should hold on. Work hard to bridge the gaps in geography and lifestyle, because the older you get, the more you need the people who knew you when you were young. Live in New York City once, but leave before it makes you hard. Live in Northern California once, but leave before it makes you soft. Travel. Accept certain inalienable truths: Prices will rise. Politicians will philander. You, too, will get old. And then you do you'll fantasize that when you were young, prices were reasonable, politicians were noble, and children respected their elders. Respect your elders. Don't expect anyone else to support you. Maybe you have a trust fund. Maybe you'll have a wealthy spouse. But you never know when either one might run out. Don't mess too much with your hair or by the time you're 40 it will look like 85. Be careful whose advice you buy, but be patient with those who supply it. Advice is a form of nostalgia. Dispensing it is a way of fishing the past from the disposal, wiping it off, painting over the ugly parts and recycling it for more that it's worth. But trust me on the sunscreen.

terça-feira, 18 de maio de 2010

FRASES SOLTAS E METÁFORAS

Longe, perto...distante. Tudo muito distante. Possibilidades estão por aqui, mas os sentimentos estão dormindo, dormindo, dormindo e o despertador ficou sem bateria. Só a vida rodando, girando, tontura, mas de vez em quando é ruim, de vez em quando é bom. De vez em sempre simplesmente é...e o ser é talvez não melhor, nem pior. Uma garrafa cheia até a borda não precisa de mais nada. Só esperar até alguém ter sede, mas talvez também esperar ter vontade de matar a sede de alguém. A loucura não é o que pensamos ser. A loucura é mais do que a razão, a loucura é tudo ao mesmo tempo em que é nada e compreende a grandiosidade do vazio. Dentro, dentro, dentro. Aprende, aprende, aprende... há momentos em que tudo está cheio e não há lugar para mais nada. Forçar faz quebrar e quebrar raramente é bom. O remendo nunca é tão bom quanto o que existiu a princípio.

domingo, 16 de maio de 2010




"Eu posso quase tudo. Ontem me dei conta disso. Tudo que eu quiser ou me permitir. E eu consigo tudo que eu quero, se realmente quiser. Tem gente que não consegue escrever porque os outros vão falar. Que não pode se tatuar porque vai atrapalhar. Que não pode viajar longamente porque o trabalho não deixa. Que não pode sair na rua sem alguém apontar. Eu faço o que eu faço em qualquer lugar, eu sou eu em qualquer lugar e isso me traz um alento e um alívio por eu não ser escrava de nada, empregada de nada,coisa nenhuma. Alguns amigos acham que eu deveria ceder mais. Que eu deveria ter essa ou aquela experiência que melhoraria isto ou aquilo. E eu digo, eu estou bem assim, sem ceder. Eu vou arrumando uns caminhos tortos pra viver a minha vida e consigo passar por quase tudo. Às vezes eu empaco, mas que se foda. Às vezes batem a porta na minha cara, mas que se dane. Eu continuo fazendo as coisas do meu jeito. Que é o único jeito que funciona pra mim. Respeito todo mundo que faz de outro jeito. Respeito todas as escolhas de todo mundo. Mas não queiram que eu faça essas escolhas também. Eu faço o meu trabalho do meu jeito porque é assim que tem que ser. Eu vivo uma vida torta. Mas é assim que eu sei viver. Se fizesse de outro jeito ia perder a alma. Eu sonho porque eu gosto e preciso. E não vou parar de sonhar. Eu escuto as minhas músicas porque elas me dizem o que eu quero ouvir, ou o que eu preciso ouvir, e eu não quero ninguém me enchendo o saco por isso. Eu reclamo pra caralho. Eu sou terrivelmente apaixonada por um abraço. Eu gosto de solidão mas prefiro a sua mão, gosto do silêncio e preciso disso pra sobreviver. E é assim que é, assim que vai ser. Do meu jeito. Que é o jeito que eu sei fazer."
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CLARAH AVERBUCK

sábado, 15 de maio de 2010

Ás de Espadas
Rompendo com a estagnação
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É chegado o momento, de romper com a estagnação. O Ás de Espadas transborda como arcano de conselho para você, hoje, sugerindo que você corte implacavelmente todas as coisas, pensamentos, hábitos e pessoas que não lhe servem mais e que procure sustentar seus pensamentos e opiniões, mesmo que isso signifique desencadear antipatia nos outros. Este é um momento de renovação em sua vida, de idéias novas que fervilham e você poderá tomar as iniciativas que tirarão sua existência da rotina e do tédio. Prepare-se para uma nova e deliciosa aventura e não se preocupe tanto em ter uma “personalidade simpática” nesta fase de sua vida. Há momentos em que a atitude mais sedutora é aquela que não prima pela docilidade, mas que se compromete com a verdade. É quando sabemos que não estamos sendo simpáticos, mas estamos sendo honestos. Ainda que não agrademos, não há como negar o notável poder sedutor da pessoa que age com integridade – mesmo quando age de uma forma superficialmente antipática.

Conselho: Ser fiel à verdade gera antipatias, mas muitas vezes é fundamental!

quinta-feira, 13 de maio de 2010

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AMANHÃ
"Você só precisa continuar correndo, não precisa chegar em primeiro"
*


***"A vida passa correndo e mesmo aqueles com a visão mais aguçada não a enxergam. A Terra continua girando como sempre girou, então dificilmente o dia terá mais de vinte e quatro horas. Esta é uma das coisas que não deve mudar no tão falado e, talvez temido, futuro. O Sol continua do mesmo tamanho, mas a Terra deverá ter sua temperatura média aumentada. O céu continuará sendo um mistério para muitos, e apenas azul com bolinhas de algodão para as crianças. Seu cachorro será seu melhor amigo, mesmo amanhã. Aquele menino não vai te dar bola hoje, e provavelmente vai namorar a menina mais bonita do colégio. Quando ele crescer, ele vai cruzar com você na rua, sorrir, e depois que você passar por ele, ele vai olhar para trás suspirando. Cléber não é tão charmoso, mas foi com quem você se casou, mesmo não adorando o nome dele. Confessa que é feliz e que a falta de um George Clooney na sua vida não afeta em nada, afinal, a última vez que você chorou por ele, foi quando rasgou aquele último poster que estava na sua parede.
***Amanhã não é hoje, e é por falta dessa constatação que não fazemos muitas das coisas que deveríamos fazer, porque as deixamos para o futuro. Se estiver muito difícil de entender que o futuro já chegou amanhã, repita isso para si quantas vezes for necessário. Se quiser fazer em frente ao espelho, corra, garanto que ganhará um tom dramático. Acredito nisso. Os alunos de Harvard, mais do que considerados inteligentes, são disciplinados. Eles fazem as mesmas coisas milhões de vezes. Lêem o mesmo texto vinte vezes. E garanto, eles são feitos da mesma matéria que você, células.Há menos diferenças entre vocês do que você imagina.
***Você criou seus filhos com o Cléber e nunca pulou um domingo de almoço na casa de sua mãe, a vovó coruja das crianças. Há diversos porta-retratos em todos os cômodos da casa, que é quase igual a casa dos seus sonhos. Ontem você e Cléber decidiram se separar, ou melhor, ele resolveu sair de casa. O mundo desmoronou e pular da janela parece a coisa mais esperta para ser feita. Porém, você tem dois filhos que amanhã apresentam uma peça de teatro e um espetáculo de jazz na escola. Faz três semanas que eles só falam disso. Você vai. É melhor deixar a janela fechada e ir para frente do espelho se enxergar. Você é você, suas rugas permanecem e a hidratação que você fez nos cabelos, ainda os deixam brilhantes. O Cléber está longe, e o Jornal Nacional continua entrando no ar no mesmo horário.
***Amanhã seu dia será bem diferente e você ficará impressionada como conseguiu dormir sem calmantes. As apresentações dos seus filhos vão acontecer e se eles perguntarem do papai, ainda dá pra dizer que ele ficou preso no trabalho. Talvez neste futuro tão próximo que parece hoje, você vá enfrentar a situação mais difícil de todos os tempos, explicar o divórcio para seus filhos. Lembra quando você teve que entrevistar o presidente de uma empresa, com 22 anos, em francês? Você não falava a língua e deu tudo certo. Achava que já tinha passado pelo pior dos mundos. Hoje você percebe que sempre pode piorar um pouco, mas calma, pode dar certo de novo. Talvez você se surpreenda com a esperteza dos seus filhos.
Se tudo der errado, acredite que você está com a maioria. Bill Gates pode errar menos do que você. E o erro dele ainda sai na capa de todas as revistas. Continue achando que sair para tomar ar fresco é algo que clareia suas idéias, quem sabe você não tromba com alguém interessante durante sua caminhada na praça? Vai ver que tem um João esperando por você. Engraçado como você sempre gostou deste nome, até suas bonecas se chamavam João. Não tinha ninguém na família com este nome, até nascer seu filho.
***Não tenha medo do futuro. Ele só é amanhã. Você sabe exatamente quanto tempo demora para ele chegar. 24 horas. Passou seus 38 anos programando sua vida dentro deste mesmo tempo. Você tira de letra. Quando estiver exausta, pense naquele rapaz de Harvard, que também está cansado de resolver um case por semana e ter que ser o número um. Você só precisa continuar correndo, não precisa chegar em primeiro."
L. Rudge


1. não importa o quanto as coisas pareçam estar difíceis,
elas sempre podem piorar.
2. mesmo que as coisas pareçam insuportáveis (e mesmo que elas piorem), um dia tudo irá se resolver e você irá perceber que sim, você era capaz de superar isso.

terça-feira, 11 de maio de 2010

*
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Something’s missing.

**



Estamos na era do fast-food e da digestão lenta, do homem grande de caráter pequeno, lucros acentuados e relações vazias. Essa é a era de dois empregos, vários divórcios, casas chiques e lares despedaçados. Essa é a era das viagens rápidas, fraldas e moral descartáveis, das rapidinhas, dos cérebros ocos e das pílulas 'mágicas'.
Um momento de muita coisa na vitrine e muito pouco na dispensa.
*
*

quinta-feira, 6 de maio de 2010

METADE



Que a força do medo que eu tenho,
não me impeça de ver o que anseio.

Que a morte de tudo o que acredito
não me tape os ouvidos e a boca.

Porque metade de mim é o que eu grito,
mas a outra metade é silêncio...

Que a música que eu ouço ao longe,
seja linda, ainda que triste...

Que a mulher que eu amo seja para sempre amada
mesmo que distante.

Porque metade de mim é partida,
mas a outra metade é saudade.

Que as palavras que eu falo
não sejam ouvidas como prece e nem repetidas com fervor,
apenas respeitadas, como a única coisa que resta
a um homem inundado de sentimentos.

Porque metade de mim é o que ouço,
mas a outra metade é o que calo.

Que essa minha vontade de ir embora
se transforme na calma e na paz que eu mereço.

E que essa tensão que me corrói por dentro
seja um dia recompensada.

Porque metade de mim é o que eu penso,
mas a outra metade é um vulcão.

Que o medo da solidão se afaste e que o convívio comigo mesmo
se torne ao menos suportável.

Que o espelho reflita em meu rosto, um doce sorriso,
que me lembro ter dado na infância.

Porque metade de mim é a lembrança do que fui,
a outra metade eu não sei.

Que não seja preciso mais do que uma simples alegria
para me fazer aquietar o espírito.

E que o teu silêncio
me fale cada vez mais.

Porque metade de mim
é abrigo, mas a outra metade é cansaço.

Que a arte nos aponte uma resposta,
mesmo que ela não saiba.

E que ninguém a tente complicar
porque é preciso simplicidade
para fazê-la florescer.

Porque metade de mim é platéia
e a outra metade é canção.

E que a minha loucura seja perdoada.

Porque metade de mim é amor,
e a outra metade...
também.
*

Ferreira Gullar

domingo, 2 de maio de 2010

D. Quixote


Porque sou, como diz a canção, o cavaleiro andante que mora no teu livro de aventuras, podes vir chorar no meu peito, pois, sabes sempre onde estou. E porque me imagino esse cavaleiro andante, finjo que não preciso do que me faz falta para te levar para longe de tudo o que é mau. E enquanto choras no meu peito, pedes-me a paz e eu quero dar-te o mundo porque a solidão é dura e o Amor um fogo que a saudade não segura e a razão não serena. Deixa-me embrulhar-te o corpo nos dias em que, fraco de lutar, te apetece ser criança e ouvir histórias que te façam feliz. Porque sou o cavaleiro andante, quero ser o teu respirar nas horas em que o vento frio te navega a alma e te transforma as noites em madrugadas de cristal. No teu livro de desventuras encontrarás sempre o chão seguro que te estendo sem precisares de quebrar o silêncio.



*


No fundo, a maior parte dos mortais não tem a menor ideia do seu propósito de vida. Não prestamos atenção ao ar que respiramos, às batidas do coração, até que um tipo de emoção diferente nos invada. Adoecemos porque não nos tornamos presentes a nós mesmos. Agimos com um eterno “deixar para depois”, sempre na expectativa de que o organismo terminará por resolver uma situação que não conseguimos compreender.
A deflexão é a inimiga número um da auto-regulação.
*

quinta-feira, 29 de abril de 2010

Je vois la vie en rose.



segunda-feira, 26 de abril de 2010

*
PESSOAS, DÚVIDAS E MANIPULAÇÕES
*
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"Assim como as estações, as pessoas têm a habilidade de mudar. Não acontece com freqüência, mas quando acontece é sempre para o bem. Algumas vezes leva o quebrado a se tornar inteiro de novo. Às vezes é preciso abrir as portas para novas pessoas e deixá-las entrar. E algumas coisas nunca mudam."
-
Podem até conseguir que se mudem comportamentos, agora mudar personalidade tenho minhas dúvidas. E como pessoa de dúvidas que sou, acabo de ficar com mais uma: Mas afinal de contas as pessoas gostam umas das outras pelo que elas são, ou pelo que querem que elas sejam?


Vivo

assim: ao sabor do vento
O SALTO
a life without risk is no life at all.


"Não acredito em destino, karma ou qualquer outro nome a conduzir “a carroça de tudo pela estrada de nada”, como disse Fernando Pessoa. Penso que o córtex frontal, o placar do futebol e a floração das cerejeiras são resultado de algumas regras básicas da natureza e do bom, velho e desinteressado acaso.Tal postura não faz de mim uma pessimista resmungona, muito pelo contrário: não crer que haja qualquer roteiro por trás dos eventos me deixa constantemente assombrado diante dos fatos inexplicáveis da vida.Então não há nada mais sensato a fazer do que soltarmos as mãos dos trapézios, perdermos a frágil segurança de nossas solidões e nos enlaçarmos em pleno ar. Talvez nos esborrachemos. Talvez saiamos voando. Não temos como saber se vai dar certo - o verdadeiro encontro só se dá ao tirarmos os pés do chão -, mas a vida não tem nenhum sentido se não for para dar o salto."

Antônio Prata

sábado, 24 de abril de 2010

FELICIDADE
"A felicidade é uma mentira/ E a mentira é salvação"

Imagine que não exista nenhum paraíso, é fácil tentar, nenhum inferno abaixo de nós. Se não podemos ter certeza de nada, tudo não passa de criação humana, assim como o mito da felicidade e da tristeza. Não significa que não acreditar na felicidade implique na tristeza, até porque seria um grande erro, já que mesmo que existisse somente a tristeza, não seríamos tristes, pois é preciso a felicidade para comparar. É a mesma coisa que nunca ouvirmos axé, assim nunca saberemosque há outras músicas realmente muito boas. A felicidade é um mito a ser alcançado, meramente cultural, característico do ocidente. Por exemplo, no Japão, eles choram quando uma criança nasce, e riem quando uma pessoa morre, é estranho, mas como diria Goethe, "os homens depreciam aquilo que não podem compreender". A busca pela felicidade é usada hoje em dia como marketing, empresas adoram usar slogan do tipo "a hora é agora", o dinheiro não compra tudo, mas você só é feliz se usar MasterCard, tomar Coca-Cola. Você só é feliz se transar todo dia, sair para balada 3 vezes por semana, viajar para Europa no inverno e para Ibiza no verão, ter uma casa em Búzios e um corpo perfeito, estar formado em medicina, ter um carro tunado e um som para demonstrar que foi investido muito dinheiro ali, ter um namorado lindo e inteligente, e um ex que ainda é apaixonado por você, ou mais de um querendo te conhecer, seja o que for, o que importa é demonstrar mais desejo sexual do que realmente tem. Na Pós-Modernidade não adianta você ser feliz, tem que parecer feliz, é como a frase do senador romano Cícero, "a mulher de César não basta ser honesta, tem de parecer honesta". Você tem que ter fotos no orkut sorrindo, em um grupo de muitos amigos, como se a vida fosse sempre cor de rosa. Volta pra casa, fim da viagem: bem-vindo à vida real... Já perdemos muito tempo brincando de perfeição, esquecemos o que somos: "Simples de Coração". Se acontece qualquer coisa desestabiliza toda essa pseudo-felicidade, porque segundo o pensamento dominante, você deve temer a tristeza, e como diria Renato Russo, "a dor vem do medo de não sentirmos dor". Se não existe felicidade, tão pouco a tristeza, o que conhecemos é o que nos ensinaram, é obra cultural, algo que inventamos para dar sentido a nossas vidas. Sendo assim, porque não inventarmos somente a felicidade dentro de nós? Segundo Nietzche "Se nada é verdadeiro, tudo é permitido". Insistimos em achar que a felicidade está além do nosso corpo, que para sermos felizes precisamos de alguma pessoa, de alguma coisa, de algum dinheiro, no entanto, se pensamos assim, realmente não somos felizes. A felicidade está dentro de nós, a felicidade é um pensamento que diz que você é feliz, uma crença, então, se você se esforçar, pode ser feliz em uma prisão, ou na mais completa liberdade. A ausência de tristeza e de felicidade talvez seja o que Buda chamou de Nirvana, ou não, porém, eu proponho inventarmos nossa própria cultura individual, esquecermos tudo que nos ensinaram, não ficarmos tristes apenas porque algo ruim aconteceu, ou porque algo bom não aconteceu."Hoje acordei mais leve, já vivi tanta coisa, tenho tantas a viver, tô no meio da estrada e nenhuma derrota vai me vencer, hoje eu acordei livre, não devo nada a ninguém, nao há nada que me prenda". Você pode acreditar na felicidade, e correr atrás de seus sonhos, desde que saiba que a felicidade está no caminho e não na chegada, não podemos depender de nada para sermos felizes. "Você talvez diga que sou um sonhador, mas eu não o único. Eu espero que algum dia você junte-se a nós, e o mundo viverá como um único". Nem tudo está perdido, o horóscopo do jornal arriscou 'um belo dia', liguei o rádio na hora certa, era a canção que eu queria, ninguém me ligou enquanto eu dormia, sonhei com meu pai e ele sorria, "veja você... que surpresa... que coisa incrível, descobri que sou feliz"
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quinta-feira, 22 de abril de 2010

(frases que ando lendo)

Todos os belos cavalos, Cormac McCarthy
"A gente nunca sabe quando vai precisar das pessoas que desprezou."
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"No fim todos nós terminamos curados de nossos sentimentos. Os que a vida não cura a morte cura. O mundo é bastante cruel na escolha entre o sonho e a realidade, mesmo quando nós não escolhemos. Entre o desejo e a coisa está o mundo à espera."
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"Um cavalo bonito é como uma mulher bonita, disse. Dão sempre mais trabalho do que valem. O que a gente precisa é só de um que faça o serviço."
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"Para mim o mundo sempre foi mais um espetáculo de marionetes. Mas quando a gente olha pra trás da cortina e identifica os cordões para cima descobre que eles terminam nas mãos de ainda outros bonecos, eles mesmos com seus próprios cordões para cima, e assim por diante."
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"Que toda coragem era uma forma de constância. Que era sempre a si mesmo que o covarde abandonava primeiro. Depois dessa todas as traições era fáceis."
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O Clube do Filme, David Gilmour
"Indicar filmes para as pessoas é um negócio arriscado. De certa forma, é algo tão revelador quanto escrever uma carta para alguém. Mostra como você pensa, aquilo que o motiva, e algumas vezes pode mostrar como você acha que o mundo enxerga. Então, quando você recomenda com entusiasmo um filme a um amigo, e diz: "Ah, é bom demais, você vai adorar", é uma experiência desconcertante quando você o encontra no dia seguinte e ele diz: "Você achou aquilo engraçado?"
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No Sufoco, Chuck Palahniuk
"Às vezes, um eufemismo simplesmente não é um eufemismo. Às vezes, um eufemismo é mais verdadeiro do que aquilo que supostamente querem ocultar."
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"É patético não podermos conviver com as coisas que não conseguimos compreender. Que precisemos rotular, explicar e desconstruir tudo. Até aquilo que certamente é inexplicável. Até Deus."
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"É jamais vu, o contrário de dejà vu em francês: por melhor que achemos que conhecemos as pessoas, todas nos são desconhecidas."
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"Qualquer coisa que você possa adquirir é só mais uma coisa que você perderá."

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terça-feira, 20 de abril de 2010

7%.

Escrito por Regina Brett, 90 anos de idade, em The Plain Dealer , Cleveland , Ohio "Para celebrar o meu envelhecimento, certo dia eu escrevi as 45 lições que a vida me ensinou. É a coluna mais solicitada que eu já escrevi."
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1. A vida não é justa, mas ainda é boa.
2. Quando estiver em dúvida, dê somente, o próximo passo, pequeno...
3. A vida é muito curta para desperdiçá-la odiando alguém.
4. Seu trabalho não cuidará de você quando você ficar doente. Seus amigos e familiares cuidarão. Permaneça em contato.
5. Pague mensalmente seus cartões de crédito.
6. Você não tem que ganhar todas as vezes. Concorde em discordar.
7.
Chore com alguém. Cura melhor do que chorar sozinho.
8. É bom ficar bravo com Deus. Ele pode suportar isso.
9. Economize para a aposentadoria começando com seu primeiro salário.
10. Quanto a chocolate, é inútil resistir.
11. Faça as pazes com seu passado, assim ele não atrapalha o presente.
12. É bom deixar suas crianças verem que você chora.
13. Não compare sua vida com a dos outros. Você não tem idéia do que é a jornada deles.
14. Se um relacionamento tiver que ser um segredo, você não deveria entrar nele.
15. Tudo pode mudar num piscar de olhos. Mas não se preocupe; Deus nunca pisca.
16. Respire fundo. Isso acalma a mente.
17. Livre-se de qualquer coisa que não seja útil, bonito ou alegre.
18. Qualquer coisa que não o matar o tornará realmente mais forte.
19. Nunca é muito tarde para ter uma infância feliz. Mas a segunda vez é por sua conta e ninguém mais.
20. Quando se trata do que você ama na vida, não aceite um não como resposta.
21. Acenda as velas, use os lençóis bonitos, use lingerie chic. Não guarde isto para uma ocasião especial. Hoje é especial.
22. Prepare-se mais do que o necessário, depois siga com o fluxo.
23. Seja excêntrica agora. Não espere pela velhice para vestir roxo.
24. O órgão sexual mais importante é o cérebro.
25. Ninguém mais é responsável pela sua felicidade, somente você.
26. Enquadre todos os assim chamados "desastres" com estas palavras 'Em cinco anos, isto importará?'
27. Sempre escolha a vida.
28. Perdoe tudo de todo mundo.
29. O que outras pessoas pensam de você não é da sua conta.
30. O tempo cura quase tudo. Dê tempo ao tempo.
31. Não importa quão boa ou ruim é uma situação, ela mudará.
32. Não se leve muito a sério. Ninguém faz isso.
33. Acredite em milagres.
34. Deus ama você porque ele é Deus, não por causa de qualquer coisa que você fez ou não fez.

35. Não faça auditoria na vida. Destaque-se e aproveite-a ao máximo agora.
36. Envelhecer ganha da alternativa -- morrer jovem.
37. Suas crianças têm apenas uma infância.
38. Tudo que verdadeiramente importa no final é que você amou.
39. Saia de casa todos os dias. Os milagres estão esperando em todos os lugares.
40. Se todos nós colocássemos nossos problemas em uma pilha e víssemos todos os outros como eles são, nós pegaríamos nossos mesmos problemas de volta.
41. A inveja é uma perda de tempo. Você já tem tudo o que precisa.
42. O melhor ainda está por vir.
43. Não importa como você se sente, levante-se, vista-se bem e apareça.
44. Produza!
45. A vida não está amarrada com um laço, mas ainda é um presente.

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Estima-se que 93% não encaminhará isto. Se você for um dos 7% que o farão, encaminhe-o com o título 7%.
METAMORFOSE AMBULANTE

Talvez eu seja uma pedra bruta ornamentada com arestas protuberantes, cujas facetas são similares a de um caleidoscópio camaleônico, em contínuas variações. Até por isso me julgo terminantemente irresoluta, despida de convicções, a volatilidade que rege minha mente não me permite estabelcer verdades indeléveis. À grosso modo, eu diria que as minhas certezas são "nômades", o que eu ouso denominar de certeza não passa de um velho prófugo que vive a deambular a esmo de um lugar a outro, completamente desbussulado e atônito. À grosso modo, eu diria que a minha subjetividade é a mais inquieta peregrina itinerante, eu diria que eu sou a personificação da metamorfose ambulante.

segunda-feira, 19 de abril de 2010


And sometimes i get nervous
When i see an open door
Close your eyes
Clear your heart
Cut the cord
Are we human?
Or are we dancer?
*
My sign is vital
My hands are cold
And I'm on my knees
Looking for the answer
Are we human?
Or are we dancer?
*
The Killers - Human
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quinta-feira, 15 de abril de 2010

UNDERWATER



A ANGÚSTIA DOS LUGARES


Consigo gostar de quase tudo que faço a ponto de querer estar exatamente onde estou. Mas aí que está: na verdade eu gostaria de qualquer outro lugar que me desse as condições iguais de fazer o que faço. Ler sem ordem, escutar música enquanto lavo prato ou caminho, sair gratuitamente, poderia ocorrer em muitos outros pontos do globo. De modo que nada me impediria, além do dinheiro, de estar em outro lugar, vivendo essas mesmas boas coisas. E talvez em outro lugar elas soassem ainda mais encaixadas, mais fortes, ou até tivessem um tom que me fizessem gostar de outras coisas anexas. Enfim: fico angustiada em querer saber como seria o meu jeito de viver, mesmo que fazendo sempre as mesmas coisas em todos os jeitos, pra cada lugar que existe.

A grande inquietação é saber que existem centenas de possibilidades, em centenas de cidades, capazes de me pôr em vias distintas de contentamento, e para todas elas, um distinto grupo de pessoas. Existe gente que me faria sentar na calçada e conversas horas, todos os dias, mas que apenas por um azar geográfico, não vou conhecer. Existem homens que me amariam, e eu de volta, que não me encontrarão. Existem formas de vida que me absolutalizariam ainda mais e que, talvez, por um descuido, por uma falta de imaginação nas escolhas, eu nunca vá viver. E sim, repito: as coisas que faço aqui são as que realmente eu poderia fazer sempre, e se um demônio chegasse, como propôs Nietzsche, e me indagasse se eu suportaria viver dessa forma num eterno retorno, eu responderia que, conceitualmente, sim. Mas e o lugar pra esses conceitos acontecerem? Ok, pode ser esse aqui, mas o aqui é sempre a angústia da co-existência de todos os outros.

quarta-feira, 14 de abril de 2010

" Queremos simplificar-nos, ou diversificar-nos? Queremos ser mais felizes, ou mais indiferentes à felicidade e à desgraça? Queremos ficar mais satisfeitos conosco, ou mais exigentes e mais impiedosos? Queremos tornar-nos mais amigáveis, mais indulgentes, mais humanos, ou mais desumanos? Queremos ser mais prudentes, ou mais impulsivos? Queremos atingir um fim, ou evitar todos os fins - como, por exemplo, faz o filósofo para o qual toda a espécie de fins tresanda, despropositadamente, a limites impostos, mesquinhez, prisão, toleima? Queremos ser mais respeitados e mais importantes, ou mais desconsiderados? Queremos tornar-nos tiranos, ou impostores? Pastores, ou carneiros? (...)

Violentamos a nós mesmos hoje em dia, não há dúvida, nós, tenazes, quebra-nozes da alma, questionadores e questionáveis, como se viver fosse apenas quebrar nozes; assim nos devemos tornar cada vez mais passíveis de questionamento, mais dignos de questionar, e assim mais dignos talvez – de viver? Todas as coisas boas foram um dia coisas ruins; cada pecado original tornou-se uma virtude original; os sentimentos brandos, benevolentes, indulgentes, compassivos – afinal de valor tão elevado, que se tornaram quase “os valores em si” – por longo tempo tiveram contra si precisamente o auto-desprezo: tinha-se vergonha da suavidade, como hoje se tem vergonha da dureza."

F.N., in 'A Vontade de Poder'

terça-feira, 13 de abril de 2010

DIA DO BEIJO


a lot like love...






segunda-feira, 12 de abril de 2010

POESIA OCULTA


"Não, hoje não vou trabalhar. Acordei tão cedo que consegui ver os primeiros raios solares refletidos nos vidros dos edifícios, dando a eles uma coloração rósea que deixou a cidade com uma cara diferente da que ela costuma ter. Havia ali, naquele instante, 6h47 da manhã, poesia. Uma poesia com a qual nossos olhos desacostumaram.


E sei que vou encontrá-la em todo lugar, bastando pra isso a minha intenção. Começou. Já consigo vê-la na lombada dos livros que estão dispostos na estante, vários, um ao lado do outro, compondo um mosaico de cores e possibilidades.

E vejo também na xícara de cafezinho, a louça branca, ao lado do jornal aberto, em cima da mesa, e um copo d´água, os três em colóquio matinal, clássicos do cotidiano. Ali: a poesia da caixa de fósforos quietinha na cozinha.

Da mulher passando o batom na frente do espelho fingindo que não está vendo que seu marido a espia escondido, ele próprio também fingindo que já não se deslumbra com a cena.

A letra caprichada da criança na primeira folha do caderno. A fila de táxi no ponto em frente ao parque, enquanto os motoristas conversam e fumam aguardando os passageiros. O carrinho de supermercado abandonado no meio do estacionamento depois que todos se foram, esquecido na noite. Os cachos ruivos que estão no chão de um salão de beleza mixuruca, onde alguém cortou o cabelo e se arrependeu.

Um varal com roupas puídas, penduradas numa janela de um edifício antigo. A torcida de um estádio explodindo ao ver entrar em campo o seu time. Duas adolescentes de cabelos longos cochichando e rindo à saída do cursinho.

O olhar perdido da mulher dentro do ônibus. Um guarda-chuva preto. Sua amiga que piscou o olho pra você lá do outro lado da festa, o afeto atravessando o salão e desviando dos convidados que separam vocês duas.


A chama da vela que balança porque você está gargalhando. O casal que caminha na noite escura na beira da praia, agasalhados e agarrados, achando que ninguém os vê. A poesia oculta não é tão oculta assim.

Um resto de bolo dentro da geladeira. O canhoto do cartão de embarque no fundo da bolsa. A almofada que caiu do sofá da varanda por causa do vento. O vapor que embaçou o espelho do banheiro depois do banho. A mochila em cima da cama da sua filha. Seu filho dormindo.



A poesia é uma fatalidade do olhar. Basta um frame de segundo e ela se revela, para então se esconder novamente atrás da pressa, do tédio, do desencanto, do hábito, do medo do ridículo que paralisa todos nós. Eu hoje não vim aqui para trabalhar, vim estimular o mistério."
Martha Medeiros